terça-feira, 27 de março de 2012

Release

Amanhã, 30 de março, acontecerá um evento incomum em Balneário Camboriú (SC). Músicos de diversos “conjuntos”, que nos anos 60/70 eram adolescentes, vão se reunir com aquele pessoal de Blumenau, Rio do Sul, Lages, Joinville, Florianópolis e cidades vizinhas que, há 40, 50 anos, curtia as então chamadas “festinhas”, bailes, shows e festivais de música da época que eram animados justamente por eles mesmos. Daí o título do Evento: BC 2012 – Bandas e Amigos dos Anos 60/70.

Estarão presentes músicos das bandas daqueles tempos, alguns dos quais continuam na ativa, bem como diversos músicos “mais jovens”, que também participarão.

Em Blumenau, havia os Beavers/Apoteose, Moon Dogs, Feios,Apaches, Bolas, Bananera, Grifo, Batutas, Magnatas; em Timbó, eram os Show Boys; em Rio do Sul, os Singles, depois Impacto 70; em Mafra, Os Atômicos; em Itajaí, Incandescentes e 4ª Redenção; em Joinville, Betinho & Seus Blue Stars; em Florianópolis, os Snakes; e vários outros.

Local – A Organização do Evento espera juntar de 200 a 300 pessoas nesse Encontro marcado para as 18 horas de amanhã (30/03/2012) em Balneário Camboriú, nas dependências do Restaurante O Pharol, situado na Barra Sul.

Será uma confraternização vibrante, com direito à música dos anos 60/70 e posteriores, apresentada de modo informal numa jam session pelos músicos da época e de hoje, regada a comes e bebes, e muito riso, muita alegria. Como se verá, o encontro e a confraternização de tantos amigos, muitos dos quais não se veem há décadas, é de valor inestimável.

IngressoR$ 50,00 por pessoa. O pagamento será efetuado na hora, no próprio local do Encontro.

Reservas – Podem ser feitas diretamente com Edgar Nascimento, organizador do Evento, através do e-mail edgnascimento@hotmail.com ou pelos telefones (47) 3366.7106 ou (41) 9930.6988 TIM.

Restaurante O Pharol
Este é o local, situado na Avenida Atlântica - Barra Sul, em Balneário Camboriú, onde se realizará o Encontro BC 2012 - Bandas & Amigos dos Anos 60/70/80 nesta sexta-feira, 30/03:

Bandas


Beavers/Apoteose, Blumenau, 1970
Última formação do grupo:Edgar, Lelo, Coco, Rogério, Sélgio e Renato
 
O conjunto fundado em janeiro de 1966 com o nome de The Beavers era formado por dois remanescentes de Os Rebeldes (Tilo e Lelo), um de Os Feios (Marcos Blohm) e um de Os Terríveis (Edgar). Talvez na história de Blumenau nunca tenha existido bandas que fizessem tão jus aos nomes que escolheram.

A formação que você vê acima é de 1969, quando o grupo passou a se denominar Apoteose. Depois de algumas trocas de componentes, permaneceram dois dos originais Beavers, Lelo e Edgar, a quem vieram se juntar Renato (ex-Moon Dogs), Sélgio (ex-Show Boys, de Timbó), e ainda Rogério e Coco.

É em torno deles e de membros de outras bandas de Santa Catarina que se reunirão nesta sexta-feira, 30 de março, em Balneário Camboriú, seus amigos, aficcionados e frequentadores das históricas “festinhas” dos anos 60.

Beavers/Apoteose, TV Coligadas, 1970

Da esq. para a dir.: Edgar, Renato (Bola), Rogério (Lelo), Sélgio e Coco. À esquerda, escondido por trás de Edgar e Renato, o Rogerinho, no teclado. A banda fazia uma apresentação ao vivo nos estúdios da TV Coligadas de Blumenau, num sábado à tarde do ano de 1969.

The Beavers, 1969

Da esq. para a dir.: Sélgio (sax), Renato Bola (guitarra/vocal), Coco (bateria), Edgar (guitarra/vocal), Lelo (baixo/vocal) e Rogerinho (teclado).

O conjunto blumenauense se apresenta em jantar realizado no Salão de Mármore do Grande Hotel Blumenau na noite de 6 de junho de 1969. A festa era em homenagem a Vera Fischer, recém eleita Miss Santa Catarina. No dia 28 de junho do mesmo ano, Vera sairia vencedora do concurso Miss Brasil 1969.

The Beavers, 1968
Da esq. para a dir.: Carioca, Lelo, Tilo, Celso e Edgar.

THE BEAVERS se ampresentam no Tabajara Tênis Clube, em Blumenau, no inverno de 1968. A formação não é mais a original, pois havia saído Marcos Blohm, um dos fundadores da banda, e ingressaram Marcus (Carioca) Coelho e Celso Balsini.
The Beavers, 1966 – Formação original

Lelo, Marcos, Tilo e Edgar. A TV havia sido cedida pelo Sr. Gerhard Blohm, pai do Marcos, a fim de ser sorteada numa rifa destinada a financiar a compra de equipamentos de som. A rifa correu, mas o número sorteado não havia sido vendido. Ainda bem!


The Beavers no Sagrada Família - Blumenau, 1966

Apresentação dos Beavers no auditório do Colégio Sagrada Família (Blumenau) em 1966. No palco: Marcos Blohm, Tilo, Edgar e Lelo.

Alunas do Sagrada Família assistem no auditório show dos Beavers. A câmera captou pelas costas a imagem de Rogério (Lelo) Soares, ao contrabaixo.



Os Rebeldes, Blumenau, 1965
Calito, Lelo, Tilo e Celso Balsini 
 

Deu no jornal “A Nação” de Blumenau, edição de Quarta-feira, 1º de setembro de 1965, pág. 4, na coluna social “De Mello”, do nosso amigo Nagel Milton de Mello:


“O conjunto vocal Os Rebeldes foi o vitorioso no festival de brotos [sic] realizado domingo pela manhã [29/08/1965] no palco do Cine Busch.

Participaram do concurso vários grupos musicais de jovens, sendo laureado ao final — sob unânimes aplausos da juventude — o quarteto vocal formado por Gentil (Tilo) Soares, Carlos Pacheco [Carlos Bossa ou Calito], Celso Balsini e Rogério [Lelo] Soares.

Os Rebeldes ficaram de posse de um troféu oferecido pela UBE - União Blumenauense de Estudantes.”

Nota do Blog: A música defendida pelos “Rebeldes”, que lhes rendeu o primeiro lugar, foi Gatinha Manhosa, sucesso de Erasmo Carlos lançado meses antes. E para que não haja dúvida, o troféu, uma estatueta de bronze, aparece na foto sobre a caixa da bateria e é indicada pelos três 'Rebeldes', enquanto Calito faz uma pestana em sua guitarra.


Os Feios, Blumenau, 1965
Sérgio Braga (Braguinha), Antônio Gomes Coelho Fº (Toni),
 


Bananera, Blumenau, 1974

Pepsi, Xaxá, Edgar, Bode (†) e Caxa faziam de rock pesado a progressivo, de Beatles a Pink Floyd, de Gilberto Gil a Raul Seixas.
Moon Dogs, Blumenau, 1966
 
Renato (Bola) Goessel
, Amilton Alves e Gilson (Kiko) Soutinho se apresentam apoiados pelo baterista Henry Jenné (†), “emprestado” de uma banda de Itajaí. O evento era um festival que aconteceu no antigo Pavilhão “A” da Proeb, em Blumenau.


Os Magnatas, Blumenau

Sérgio Lapolli, Silvério Krause, Odair Frainer, Valdir Annuseck, Décio Saut e Silvio Evaristo.

Banda Grifo, Blumenau, 1985

No video, uma inesquecível canção da banda que por muitos anos fez a alegria de trintões e quarentões blumenauenses. "Baby" esteve durante oito semanas entre as músicas mais tocadas na Atlântica FM.


FICHA TÉCNICA - Autoria: Mac & Boni; Vocal: Boni; Guitarra: Mac (Quinho); Baixo: Bill Robert; Bateria: Marcão


The Singles, de Rio do Sul   
Ernani Gadotti (Contra-baixo), Zenóbio (Zena) Tomio (Guitarra-ritmo), Gilberto Tensini (Bateria) e Aluízio Amorim (Guitarra-solo).

Aluizio, Gadotti e Zena confirmaram presença ao encontro de 30 de março
 em Balneário Camboriú. O Tensini faleceu em 2010.
Foi no dia 28 de maio de 1966 que vi pela primeira vez ao vivo alguém tocando um contra-baixo eletrônico. Era o Gadotti, do conjunto
 The Singles, de Rio do Sul que, juntamente com seus colegas Amorim, Tensini e Zenóbio, foram a grande atração do então chamado Festival da Jovem Guarda realizado no palco do Cine Busch, em Blumenau.

Eles tocaram All My Loving, dos Beatles, mas com a introdução do Renato & Seus Blue Caps. Foi justamente a linha de baixo dessa introdução que mexeu com nossas estruturas emocionais e nos meteu na cabeça que precisávamos urgente de um contra-baixo.

Nós dos Beavers, mesmo sem um contra-baixo, também nos apresentamos no mesmo show, antes dos Singles. Foi a partir desse show que decidimos comprar um. Mas, quem iria tocar? Sobrou para o Lelo que, mesmo sem saber tocar violão na época, aprendendo a tocar tão bem o instrumento a ponto de se tornar um dos poucos baixistas que conseguiam cantar e tocar contra-baixo ao mesmo tempo.

O show foi organizado pela Laurácio’s Shows. Se você pensou em Lauro Lara e Horácio Braun, acertou. Eles se associaram e montaram o espetáculo que, nas palavras do colunista Nagel Milton de Mello, foi um “absoluto sucesso, com a presença de aproximadamente 1.300 pessoas.”

Do mesmo show participaram ainda: The Snakes, de Florianópolis; The Cats, The Black Diamonds e os Apaches, de Blumenau; Os Zips, de Brusque; Edinho e seus Blue Stars e Os Incandescentes, de Itajaí e os Show Boys, de Timbó.

(Informações resgatadas do Jornal "A Nação", de Blumenau - Coluna Social de Nagel Milton de Mello, edição de 28/05 e 02/06/1966).

The Singles, hoje
   
Aluizio Amorim e Ernani Gadotti, dois Singles de Rio do Sul que estarão presentes ao evento do dia 30, em flagrante no estúdio da TV RBA, de Rio do Sul, onde foram recentemente entrevistados sobre os dourados anos 60/70 e suas bandas maravilhosas.

Também presente no dia 30 estará um outro Single, Zenóbio (
Zena) Tomio, hoje residente em Salvador (BA).

The Snakes, Florianópolis

A banda que fez tanto sucesso 
em Santa Catarina nos anos 60, está representada neste vídeo recente por dois de seus componentes que continuam morando na capital catarinense: Waldir Pessoa (baixo) e Zênio Cardoso (guitarra).

É possível que os dois estejam presentes ao Encontro do dia 30.

The Snakes, formação original

Alfredo, Miro, Zênio e Waldir.
A banda, que surgiu em 1963, foi talvez o primeiro grupo a ser formado em Santa Catarina por influência dos Beatles. Fez grande sucesso no Estado até meados de 1967, quando seus membros decidiram, de comum acordo, encerrar as atividades musicais para se dedicarem aos estudos e à vida familiar.


Quarta Redenção, Itajaí, 1980

Esta banda de Itajaí fez um sucesso estrondoso na década de 80. A foto é da capa do LP gravado e mixado no Estúdio Mosh, de São Paulo, de 2 a 22/12/1985. A banda era formada por: Arnou de Melo (baixo e vocais); Renato Rangel, o Renatinho (teclados e piano acústico); Juca Nascimento (teclados e vocais); Caçula (guitarra, violão e vocais); Osmar Schulze, o Peninha (bateria) e Louise Lucena (vocalista)

Antes de integrar o Quarta Redenção, Renato Rangel fazia parte da banda Megatons como baixista, e dos Incandescentes como tecladista.

Miscelânea

Roy Kellermann, Blumenau

Roy é menção obrigatória quando se fala de música e arte na cidade. Que blumenauense acima de 40 anos não o conhece? Na montagem, Roy em dois momentos: Hoje e Ontem. 
Malgrado a nítida sensação do ontem gravada na memória e nos semblantes dos rostos dos cinqüentões e sessentões de hoje, eles continuam mais ou menos os mesmos.
Pelo menos assim disse Paul Simon nesta estrofe da emblemática de The Boxer:
Now the years are rolling by me
They are rockin' evenly
I am older than I once was
And younger than I'll be, that's not unusual 
No it isn't strange
After changes upon changes
We are more or less the same

Com efeito, os dois últimos versos confirmam: “Depois de tantas mudanças, continuamos mais ou menos os mesmos”.
É verdade. A essência permanece.

Carlos Bossa, Blumenau

Também conhecido como Calito Pacheco, foi pioneiro em Blumenau na arte de tocar bossa nova no violão e na guitarra, enquanto a maioria de seus contemporâneos tocava rock com palheta. Calito sabia empregar harmonias dissonantes como poucos. Em 1965, integrava Os Rebeldes ao lado de Tilo, Lelo e Celso Balsini. Atualmente é corretor de imóveis em Curitiba.


Balneário Camboriú
, 1965


Enquanto Tom e Vinícius faziam bossa em Ipanema, Calito Pacheco e Celso Balsini não faziam por menos na Ipanema catarinense. No sentido horário, começando pelo rapaz de violão: Calito, Celso Balsini, (não identificado), Ubiratan (Bira), Gilson Zanini (†) e Marcos Blohm.

Se alguém souber o sobrenome do Ubiratan ou o nome completo do rapaz que ainda não identificamos, gentileza informar ao blog.


Cinerama Delatorre, BC, 1970

No verão de 1970, os Incríveis, banda de grande projeção nacional na época, arrendaram o andar superior do prédio do Cinerama, em Balneário Camboriú, e o adaptaram para funcionar como um grande salão de festas. Eles faziam shows monumentais nos finais de semana e contratavam bandas locais, como o grupo Apoteose, de Blumenau, para animar as festas. 


No térreo, com entrada pela direita do prédio, havia a boate "Porão 170", muito aconchegante e moderna, onde o Apoteose se apresentou no verão daquele ano.

In Memoriam

Henry Jenné da Costa (1949-2002)
Henry Jenné foi baterista em Itajaí a partir da segunda metade dos anos 60. É o primeiro à esquerda, ao lado de alguns colegas. O terceiro, o guitarrista Mário José, também é falecido.

Mário José Angioletti Pereira (1950-2010)

Guitarra-solo do histórico grupo itajaiense Os Incandescentes, Mário José Angioletti Pereira participaria do Encontro no próximo dia 30 caso não tivesse partido dois meses antes de completar 60 anos de idade.


Considerado por seus colegas músicos um dos maiores guitarristas que já apareceram em Santa Catarina, Mário José foi igualmente um grande amigo. Camera-man na TV Coligadas nos sábados em que o grupo Apoteose se apresentava naquele canal blumenauense. Músico versátil, integrou o grupo do pianista Zé Acácio em suas apresentações ao vivo na TV.

Com a partida precoce, Mário José deixou muitos amigos e admiradores.


Gentil (Tilo) Soares (1944–1992)


Tilo, o «Ringo» dos Beavers, durante apresentação no Auditório do Colégio Sagrada Família, de Blumenau. Note o detalhe do logotipo na bateria, imitando o dos Beatles - Blumenau, 1º semestre de 1966.

Em 1965, Tilo foi o idealizador e líder do conjunto Os Rebeldes. Com a dissolução do grupo, no início de 1966 foi o fundador do conjunto The Beavers, juntamente com seu irmão Rogério (Lelo), Marcos Blohm (ex-Feios) e Edgar Nascimento (ex-Terríveis).

Simpático e extrovertido, Tilo era bem relacionado e popular na cidade. Morreu de mal súbito aos 52 anos, numa tarde de sábado, jogando futebol.



Horácio Antônio Braun (1949-2007)
 
Figura conhecidíssima em Blumenau desde meados dos anos 60, Horácio integrou diversas bandas na cidade, a começar pelos Feios, grupo fundado em 1965. Foi também jornalista, promotor de eventos e fundador do Bistrô 69, no Shopping Neumarkt.